1890 - O ULTIMATO INGLÊS



"...Em 11 de janeiro de 1890, o Reino Unido lança um ultimato a Portugal, exigindo a retirada militar dos territórios entre Angola e Moçambique, sob a ameaça do rompimento de relações entre as duas nações europeias.

O Governo português, com o apoio do rei D. Carlos, cede de imediato ao Ultimato, gerando reações nacionalistas e antibritânicas, assim como um movimento de contestação à Monarquia.

No Parlamento, as respostas à ação do Governo, que entretanto se demitira, multiplicam-se.

Na sessão de 15 de janeiro, o Deputado Dias Ferreira declara:
“Se eu fosse membro do governo, só depois da esquadra inglesa entrar de morrões acesos nas águas do Tejo, e intimar o bombardeamento de Lisboa, ou depois de ocupar violentamente S. Vicente, Lourenço Marques ou qualquer outra região portuguesa, é que cederia, porque cedia à força, contra a qual não há resistência.
A nação portuguesa tem que ceder à força, mas não pode nem deve ceder ao medo.”

António José de Almeida, jovem estudante em Coimbra, escreve nas páginas d’ O Ultimatum, de 23 de março de 1890, o artigo “Bragança, o último”, que o levaria a ser condenado a três meses de prisão:
“A 11 de janeiro, o Ultimatum do inglês; e o rei que até aí era um simples larápio, passou a ser, na boca das folhas revolucionárias, um grande gatuno; ele que até aí possuía uma inteligência medíocre, passou a ser simplesmente um bruto; ele que até aí exibia, no seu descoco de pedante, uma educação deficiente, passou a ser um pacóvio (…)”..."


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